Crescer

 Nas diversas vezes em que parei para analisar minha vida, observei o projeto de vários “novos” adolescentes, cheguei a conclusões que podem ser obvias, mas que muitos de nós não pensamos ao longo das nossas trajetórias.

  Na “aborrescência” temos aquele pensamento de fazer logo os 18 anos, de ter liberdade, de como nossos pais são mega chatos na maior parte do tempo. De como gostaríamos de ter aquele namorado(a) legal e super gato(a). Sair para a balada e voltar só de manhãzinha. Aonde aquela matéria de Biologia(etc.) vai servir na nossa vida?

 “Não vejo a hora de arrumar um emprego e ter meu dinheiro...”

 “Nossa como meus pais são irritantes, como eu queria morar sozinha logo... que saco!”

 Uau... Quantas vezes eu mesma não me peguei pensando ou dizendo coisas como essas...

 Até que o fim do ensino médio chega, como também chega os tão esperados 18 anos, já conseguem o tão sonhado emprego, alguns já escolhem se vão ou não começar uma faculdade, qual curso fazer, começam a ir para as baladas e voltar só de manhã... ahhh tudo novo, coisas diferentes, maravilhoso... Então tudo começa a complicar...

 Cadê aquela ele projeto “fácil” que tínhamos pensado lá atrás?

 Está começando a "crescer" (ou não).

 Tudo começa a ficar confuso. Tanto trabalho, estudar para o vestibular ou para as provas da faculdade... Nossa que cansativo. Não tem tempo para, absolutamente, nada e as cobranças só vão aumentando. Cobrança dos pais, do namorado(a), dos amigos, do chefe...

 Que complicado!

 Será que vai aguentar tudo isso? Será que tudo isso vai valer a pena? Que vontade de largar tudo... Ah não, não posso!

 Algum tempo depois você decide morar só.

 “Haha... Minha própria casa, minhas coisas, receber os amigos, fazer o que quiser. Que maravilha! Não vou ter mais ninguém me enchendo o saco!”

 Então você se vê lá morando sozinho, fazendo o que tem vontade. Chegando tarde, indo dormir quando quer, comendo todos os tipos de fast food que quer. Tudo ótimo...

 As contas começam a chegar, a roupa vai se acumulando, nada na geladeira para comer, o dinheiro contado.

  Num belo fim de semana você não tem nada para fazer e ninguém para sair para “aquela” balada. Decide então ficar em casa. Nada de interessante na internet, nenhuma mensagem, nenhum telefonema, a casa vazia e ninguém para “encher o saco”.  E isso começa a se tornar cada vez mais comum. Então se depara com a TV ligada sozinha só para sentir aquela sensação de solidão passar um pouco.

 Vem então aquela reflexão: - Como era bom ficar “lá em casa” com meus pais. Que saudade deles, do meu irmão(ã), do gato, dos cachorros. Aquelas aulas nem eram tão chatas e os amigos da bagunça diária da escola... Que saudade de chegar em casa e reclamar porquê o meu irmão mexeu nas minhas coisas. Daquele “boa noite” gostoso de todas as noites.

 Pois é meu amigo ou minha amiga... Parece que eu citei algo péssimo de se viver. Tudo parece muito complicado, difícil, mas são algumas experiências que grande parte das pessoas irá passar. Não importa a ordem das coisas, tudo vai acontecer mais ou menos assim.

 Bem vindo (a) a vida de gente grande!